Competência ou sorte?

Mesmo sem conquistar nenhum dos turnos nem vencer na Superfinal, Cazu levou o bicampeonato em Paulínia.

Título de Cazu veio a cinco voltas do fim.
24/11/ 2023 – da Redação, com fotos de Fernando Camargo

Não faltou competência nem dedicação. Mas também sobrou sorte para Cazu Júnior na conquista do bicampeonato da Copa RNK de rental kart no último sábado (18) no Kartódromo San Marino, em Paulínia-SP. A cinco voltas do fim da decisão, o título estava nas mãos de Germano Pedroso, mas os deuses conspiravam a favor de Cazu.

Mesmo sem vencer nenhum dos turnos, Cazu e Germano – ambos terminaram em 2º e 4º nas duas fases classificatórias – chegaram à Superfinal empatados com o maior número de pontos de bonificação (41). Isso porque o campeão do 1º turno, Luizinho Brambila, foi apenas o 39º no 2º turno, enquanto Gabriel Meister, campeão do 2º, não participou do 1º. Quem mais teria chances de brigar pelo título com os dois favoritos era Eduardo Almeida, que carregava 35 pontos de bônus, mas um imprevisto na véspera tirou-o da prova. A sorte começava a acenar para Cazu. Além destes, quem mais levava bônus para a final eram Lucas Monteiro (33), Matheus e Leandro Schillo (respectivamente 31 e 28).

Pódio da primeira prova.

Mas, com Lucas Monteiro na pole, a Tartarugator’s colocou as cartas na mesa logo no qualify do 1º GP San Marino, ao colocar sete pilotos nas quatro primeiras filas. O único estranho no ninho era Germano Pedroso, um macacão azul largando em P5 no meio de um emaranhado de alaranjados. Largando no meio do pelotão, assim como Schillo e Schillinho, Gabriel Meister deu adeus à disputa logo na 4ª volta, parando com o kart quebrado. Germano, porém, estava disposto a pagar pra ver e, sem se intimidar com a nuvem laranja, mostrou as cartas mais altas. Venceu a primeira prova, abrindo seis pontos de vantagem para Cazu, o 2º colocado. Monteiro, Brambila e Anderson Vieira completaram o pódio, e mais três Tartarugators ainda chegaram em 6º, 7º e 8º: Ozias Jr, Guilherme Medeiros e Lucas Silveira. Diego Bettega, Matheus e Leandro Schillo completaram o top 10 – Ozias, contudo, perderia o 6º lugar após a pesagem por perder um lastro na pista e lhe faltarem 100 gramas para atingir o peso mínimo de 90 kg.

Largada da segunda prova.

Largando na primeira posição por conta do grid invertido, Gabriel Meister venceu de ponta a ponta o 2º GP San Marino. Dos pilotos que largaram nas primeiras filas, apenas Mario Ulandowski, Eugenio Westphalen e Duddu Possebom se mantiveram nos primeiros pelotões, terminando respectivamente em 2º, 3º e 6º.

O título, entretanto, seria definido pela turma que largava lá atrás. Ainda na primeira volta, Germano Pedroso – largando de última no grid invertido – se livrou dos adversários laranja, entre eles Cazu, e partiu para a escalada do pelotão e, em pouco tempo, já ocupava a 3ª posição. A rigor, para ele bastava marcar Cazu, que a essa altura estava estagnado em posições intermediárias. Mas os deuses insistiam em conspirar a favor do principal adversário. A cinco voltas do fim, uma roda solta tirou Germano da prova e do título praticamente garantido. Sorte do Cazu, que mesmo terminando num modesto 11º lugar, conquistou o bicampeonato. Luizinho Brambila, único que largou entre os últimos e avançou consistentemente, foi o 4º e obteve o vice-campeonato. Matheus Schillo, em 5º, completou o pódio.

Pódio da 2ª bateria.

Campeonato

Somados os pontos da rodada dupla aos bônus conquistados nos dois turnos, Cazu sagrou-se bicampeão com 109 pontos, 6 a mais do que o vice Brambila. Apesar do abandono, Germano Pedroso ainda conseguiu o 3º lugar com 95 pontos, mesma pontuação de Matheus Schillo, mas beneficiado pela vitória na primeira bateria. Leandro Schillo terminou em 5º, com 84 pontos, seguido de Lucas Monteiro (81), Gabriel Meister (79), Diego Bettega (78), Anderson Vieira (72) e Guilherme Medeiros (71), fechando o top 10 do campeonato.

Quanto às premiações especiais, Germano Pedroso é o Estreante do Ano, totalizando 325 pontos em toda a temporada, muito à frente do 2º colocado Mario Ulandowski (228). Diego Bettega vai levar o Troféu Super100 – para pilotos com mais de 100 kg – com 262 pontos, contra 159 de Anderson Rocha. O prêmio Maneco Combacau, para o piloto que mais avança em relação à sua posição de largada ao longo das 14 etapas, vai também para Germano Pedroso, com 48 ultrapassagens no ano. Sem representantes femininas na Superfinal, o título de Mulher do Ano foi decidido pela pontuação nos dois turnos em favor de Marjorie Johnscher, com o total de 99 pontos, contra 91 de Claudinha Cardozo, que não chegou a participar de todas as provas.


Última volta

Assim como no ano passado, em Aldeia da Serra, a Tartarugator’s chegou em Paulínia na véspera para treinar. Com nove pilotos na Superfinal, a equipe levou quatro karts F4 e passou a sexta-feira toda e a manhã de sábado na pista. Os números mostram o resultado: além do campeão Cazu e do vice Brambila, mais três pilotos do time terminaram entre os dez primeiros.

Excepcionalmente, a Superfinal contou com 23 participantes. Compromissos profissionais alijaram Eduardo Almeida da disputa na véspera, a poucas horas da largada. Sem tempo hábil para suprir a vaga, a rodada contou com um piloto a menos do que o previsto.

Além dele, outros três classificados já haviam abdicado de suas vagas antecipadamente: Tido Olmedo, Luis Roberto, Cesar Japs e Antonio Honesko, substituídos pelos reservas imediatos, respectivamente Eugenio Westphalen, Lucas Silveira, Duddu Possebom e Anderson Rocha.

Pela primeira vez na história, nenhuma representante feminina estava presente no grid de uma Superfinal. Nos bastidores, contudo, Keith Gabardo atuou com dedicação na pesagem e conferência dos lastros dos pilotos.

O calor foi um desafio enfrentado pelos pilotos. Ao ingressarem na pista para a sessão de treinos, os termômetros marcavam 36oC.

Elogiável e digno de repercussão foi o atendimento prestado por todos os responsáveis pelo Kartódromo San Marino, desde os primeiros contatos realizados pela Organização, passando por secretaria, alimentação, até o corpo técnico, que atendeu todas as exigências do regulamento da Copa RNK.

A única nota destoante – lamentável, diga-se de passagem – foi o nível dos karts, principalmente porque os veículos escolhidos foram os superkarts, mais potentes e, em tese, mais bem-cuidados. Além da disparidade de equalização, registrou-se um número excessivo de quebras, uma das quais interferiu diretamente no título de campeão.

Com o fim da 12ª temporada da Copa RNK, os olhos se voltam agora para a temporada de 2024. Nos próximos dias serão divulgadas informações sobre a abertura de inscrições, calendário e regulamento, que vem com novidade, bem como sobre a festa de encerramento e premiação.