A entrevista desta vez é com o campeão da copa RNK 2012, Chico Johnscher. Ele contou sobre a polêmica decisão de usar 16kg de lastro na corrida final, os momentos cruciais da temporada e da expectativa pelo ano que vem. Confira:
(SITE) Como você se sente sendo o campeão da 1ª. Copa RNK?
(C.J.) Me sinto como um campeão! Aliás, fazia tempo que não me sentia assim. Bom demais. Por isso a comemoração foi em grande estilo. Valeu!
(SITE) Como você viu a competitividade entre os pilotos?
(C.J.) Pra falar a verdade, me surpreendeu. A evolução de todos é nítida. Basta ver que nas primeiras corridas tinha gente que ficava 3 ou 4 voltas atrás. No final, ficou bem mais difícil encontrar retardatários. Isso é ótimo, porque você tem pista mais livre e, ao mesmo tempo, as provas ficam mais disputadas.
(SITE) Em algum momento ficou desanimado ou preocupado com a quantidade de quebras e o azar?
(C.J.) Quebrar ou pegar eventualmente um kart ruim faz parte do negócio, torna até mais divertido. Mas cheguei a desanimar quando os resultados não vieram. Aí decidi que se fosse pra ganhar, teria de acelerar. Não é que deu certo?
(SITE) Como você avalia a diferença de desempenho dos karts utilizados? Atrapalham muito ou faz parte do automobilismo?
(C.J.) Faz parte, como eu já disse. E as chances são iguais pra todo mundo, já que é sorteio. Palavra que deriva de sorte. Aliás, sorte, ou chance, em francês, escreve-se “hasard”. Então, sorte ou azar é pra todos, uns têm mais, outros menos. Mas acredito que quem se esforça mais tem maior probabilidade de sucesso. Reclamar não adianta.
(SITE) Qual o momento chave onde viu que seria o campeão?
(C.J.) Na verdade, a certeza só veio na bandeirada. Afinal, após a 8ª etapa, o Picas, aquele instituto de pesquisa de Ponta Grossa, me dava pouco mais de 33% de chance. Só a vitória em São José é que deu um alívio, principalmente porque abri 8 pontos para o Eduardo Johnscher. Mas quando veio a chuva na última, ainda mais correndo com um lastro desconfortável, achei que podia pôr tudo a perder. A concentração teve de ser total.
(SITE) Vai mudar de categoria no ano que vem? Como foi a experiência de usar lastro?
(C.J.) Precisaria andar no seco pra ver. Claro que fez diferença, principalmente na largada e na saída do hairpin, a retomada é mais lenta. Mas já ficou provado que pilotos pesados também ganham, então não vejo problema de usar lastro. Mas é preciso encontrar uma solução “confortável”. Usei 2kg em cada perna, que escorregaram para os pés. Fiquei um verdadeiro “pé de chumbo”. E os 12kg no tórax foram literalmente pro saco! Não foi muito agradável…
(SITE) Quais suas sugestões de melhora para a próxima temporada?
(C.J.) Acho que o que foi decidido em nossa assembleia etílica vai ser legal. Acho importante privilegiar mais as vitórias e os pilotos mais combativos. Gostei da ideia de dar ponto de bônus pra quem conquistar mais posições. Ter mais corridas é ótimo. Descartar dois resultados terá apenas efeito psicológico. Se tivesse sido assim este ano, as primeiras posições não sofreriam alteração.