Marin e Cazu vencem primeiro Endurance da Copa RNK

Gui Medeiros perde título do 1º turno na última volta; Cazu é o campeão.

Largada no estilo Le Mans conferiu charme extra à prova.
08/05/2024 – Redação, com fotos de Mari Coelho.

A Copa RNK encerrou o 1º turno de 2024 neste sábado (4), no Kartódromo Internacional Beto Carrero, com uma novidade: uma prova de endurance de uma hora de duração no lugar da tradicional rodada dupla. Com pontuação dobrada, a prova de longa duração para o estilo desse tipo de campeonato sagrou Cazu Júnior como campeão. Gui Medeiros, que chegou a Penha como líder e favorito ao título, tinha 16 pontos de vantagem sobre o companheiro de equipe, que ocupava apenas a 4ª colocação no certame, atrás ainda de Felipe Mathias e Diego Bettega. Os três tiveram resultados discretos e Cazu comemorou seu terceiro título na RNK. Na série B, Hector Marin, que ainda não havia participado da RNK este ano, conquistou sua primeira vitória na Copa.

A parada obrigatória para troca de kart, na qual deveria ser cumprido o tempo mínimo de 5 minutos para completar a volta da parada, trouxe um ingrediente a mais na disputa. Ao contrário dos habituais endurances por equipe, no endurance individual da Copa RNK os pilotos não podiam contar com qualquer auxílio externo para o procedimento e, principalmente, para o controle de tempo da parada. Três pilotos experientes acabaram desclassificados por não cumprirem a troca no horário estabelecido – entre 20 e 35 minutos de prova – e pararem após o fechamento dos boxes.

Série B

Hector Marin foi o vencedor na série B.

Hector Marin fez a pole na série B, mas quem pulou na frente após a largada no estilo Le Mans foi o P2 no grid, Marco Goulart, em sua primeira participação na Copa RNK. Os dois, andando juntos, abriram vantagem segura para o 2º pelotão, formado por Denis Valente, Edilson Bueno e Ozias Jr. Com rendimento inferior, Denis acabou caindo para o 3º pelotão, formado por Éder Perboni, Lucas Spena, Gilmar Coleta, Fabio Packer e Thiago Vasconcellos. Um pouco atrás, outro pelotão com Marcelo Saito, Anderson Rocha, Marcos Martins, Duddu Possebom, Bassam Hajar, Marjorie Johnscher e Mir Dall’Agnol. Enfrentando problemas com os karts e a pista, Rod Becker, Diogo Aprigliano e Arthur Vitola já apareciam entre os retardatários quando abriu a janela de paradas no box.

Mir Dall’Agnoll, andando entre os últimos, foi o primeiro a parar e não teve melhor sorte com o equipamento. Seu kart quebrou na Firewhip antes mesmo de completar a primeira volta e teve de voltar a pé para os boxes para fazer uma troca extra, perdendo mais de 8 minutos. Denis Valente foi o segundo a parar e, insatisfeito com o equipamento, fez outras duas trocas extras em seguida.

Um pouco antes da sua parada, Marin ultrapassou Goulart e assumiu a ponta. Efetuadas todas as paradas obrigatórias, Goulart reassumiu a ponta, cerca de 3 segundos à frente de Marin, em 2º. Ozias e Edilson mantiveram o 3º e 4º, andando juntos, um pouco atrás, enquanto Eder Perboni assumia a 5ª posição. Logo em seguida, porém, Edilson e Ozias foram excluídos da prova por efetuarem a parada obrigatória com os boxes fechados. Hector Marin recuperou a ponta a seis voltas da bandeirada, mas de todo modo a vitória seria sua. Marco Goulart, 2º colocado, errou sua parada, completando-a em 04’56”859, e acabou penalizado em duas voltas. Eder Perboni, o 3º, também foi penalizado em uma volta por erro na parada e, assim, Gilmar Coleta herdou a 2ª posição. Lucas Spena foi o 3º e Éder, mesmo com a penalização, foi o 4º. Marcelo Saito, também penalizado em uma volta, foi o 5º completando o pódio. Foram os únicos a completar a prova na mesma volta do líder.

Série A

Vitória deu o título do 1º turno a Cazu.

Com seus 110 quilos, Rafa Bin surpreendeu ao marcar a pole na série A. Porém, na largada, demorou para embalar seu kart, caindo para 4º. Cazu assumiu a ponta, seguido de Anderson Vieira e Anderson Sgorlon. Na volta seguinte, Rafa Bin ultrapassou Sgorlon e Cazu inverteu posição com Vieira. As atenções, porém, se voltariam a dois pilotos que largaram no fim do grid. Fábio Mathoso, pulou de penúltimo para 7º ainda na primeira volta, enquanto Marcelo Tirisco, que trocou de kart no qualify e largou em último, já era o 3º ao final da 2ª volta e assumia a ponta ao completar a terceira.

A partir do 6º, dois pelotões se formaram: o primeiro, composto por Felipe Mathias, Mathoso, Guilherme Medeiros, Emygdio Westphalen, Eduardo Johnscher e Mario Ulandowski; outro, com Diego Bettega, Eugênio Westphalen, Everton Tonel, Antonio Honesko, Chico Johnscher e Vagner Veiga. Com karts visivelmente mais lentos, António Keps e Thiago Pilkel vinham bem atrás. Eles seriam os primeiros a efetuar a parada obrigatória e Pilkel, aliás, ainda teve de efetuar mais uma parada por quebra de seu novo kart quatro voltas após a troca e acabou abandonando logo depois.

Com 20 minutos de prova, ao abrirem os boxes, Emygdio e Eduardo se consolidavam – e se empurravam – em 6º e 7º, Felipe Mathias corria sozinho em 8º e Mathoso protagonizava a melhor briga da prova com Medeiros e Ulandowski. Com quase 30 segundos na dianteira antes da parada obrigatória e um stint mais curto para realizar após a troca, tudo parecia se encaminhar para uma vitória tranquila de Marcelo Tirisco.

Efetuadas todas as paradas, todavia, a surpresa: Tirisco aparecia em 13º, fruto de sua parada em 6min18s, mais de um minuto acima do mínimo permitido. Cazu, assim, assumiu a liderança, com Rafa Bin em 2º devido à rodada de Anderson Vieira na Firewhip. No mesmo lugar, Sgorlon e Emygdio também rodaram, perdendo posição para Eduardo Johnscher, que também ultrapassou Rafa Bin pouco depois. Este, entretanto, também acabou rodando e, a exemplo do que acontecera na série B, também fez a sua parada após o fechamento dos boxes e foi excluído da prova quando ocupava a 5ª posição.

Nas voltas finais, Sgorlon ultrapassou Eduardo e começou a se aproximar de Vieira, mas não houve tempo para iniciar o ataque. Cazu venceu com folga de quase 5 segundos, Vieira completou em 2º, Sgorlon em 3º e Eduardo em 4º, todos muito próximos. Eduardo, porém, seria punido em duas voltas por erro de parada, subindo Emygdio Westphalen para o 4º posto. O embate pelo último degrau do pódio se dava entre Mathoso e Medeiros, valendo o título para este. Ambos trocaram de posição diversas vezes, permitindo a aproximação de Honesko e Eugênio, até que, na última volta Medeiros acabou espalhando na bacia e caiu para 8º. Mathoso terminou em 5º e Medeiros “entregou” o troféu do 1º turno para Cazu. O 6º lugar lhe daria o título pelos critérios de desempate.

Campeonato     

Cazu conquistou o 1º turno com 118 pontos, 4 à frente de Gui Medeiros. Emygdio Westphalen foi o 3º com 101, Honesko o 4º com 100 e Diego Bettega o 5º com 94, mesma pontuação de Anderson Sgorlon. Completaram o top 10, cujos pilotos estão automaticamente classificados para a Superfinal, Anderson Vieira (92), Mathoso, Felipe Mathias e Marcelo Tirisco (os três com 91).

Entre as equipes, a Tartarugators 1 (Cazu, Medeiros e Vieira) sagrou-se campeã com 246 pontos e a Covil Beer, com os rótulos APA (Mathoso, Emygdio e Mathias) e IPA (Eugênio, Bettega e Tonel) ficou em 2º e 3º, respectivamente com 220 e 179 pontos.


Última volta

A experiência inédita de um mini endurance individual na Copa RNK agradou a todos, assim como a presença de um corpo de comissários e diretor de prova profissional. Ainda que com poucos fiscais de pista e bandeirinhas devido ao orçamento do campeonato, a equipe facilitou o trabalho dos organizadores.

O que deixou – e muito – a desejar foram os karts, com inúmeras quebras e muita diferença entre os equipamentos, em que pese a presença do experiente Bruno Albino na tentativa de equalização durante o dia. Já nos treinos, alguns pilotos trocaram várias vezes de kart em busca de um bem acertado. Durante a prova, também, pelo menos quatro quebras e dois abandonos.

O kart com o qual Marcelo Tirisco foi contemplado era simplesmente um absurdo, virando voltas seguidas na casa de 1’06, com o melhor tempo de 1’06”145. Depois dele, o melhor tempo foi de 1’07”757, mais de um segundo e meio acima.

Desde aplicativos de celular presos na direção até o rudimentar relógio de pulso, os pilotos se viraram como puderam para controlar com exatidão a parada obrigatória, e não foram poucos os que enfrentaram problemas. Sete pilotos foram penalizados em uma ou duas voltas por completarem a volta em menos de 5 minutos e outros sete excederam em muito o tempo previsto. O prejuízo maior, porém, coube a Rafa Bin, pole na série A, Edilson Bueno e Ozias Jr. Assumindo o risco de deixar a parada para o último momento, os três estariam na zona do pódio, mas foram surpreendidos pelo fechamento do box e excluídos da prova.

Além de vencer na série B, Hector Marin fez a segunda melhor parada do dia, em 5’00”626. A melhor parada foi de Gilmar Coleta, 2º colocado, com 5’00”607. Mais conservadora, a melhor parada da série A coube a Fábio Mathoso, em 5’02”363.

Divulgados os resultados da série B, Thiago Vasconcellos, 6º colocado na prova, impetrou recurso pleiteando o 5º lugar obtido por Marcelo Saito, alegando que não havia sido aplicada a punição de uma volta por erro de parada. A cronometragem constatou o erro e o pódio foi refeito. Após o evento, outras inconsistências foram constatadas no resultado: Thiago Vasconcellos foi o 4º, e Bassam Hajar, o 5º.

Além dos parceiros fixos Azulprime, Candy Shop, Correta Redações e Acrílico Shalon, nesta etapa a Copa RNK contou com o apoio da Decora Light, que ofereceu cinco placas decorativas com traçados de pistas da F1 aos pilotos da série A que foram ao pódio.

O primeiro endurance da RNK teve transmissão ao vivo pelo canal Kart TV no YouTube.