Mathoso é bi na RNK!

Mesmo sem vencer, Fábio Mathoso conquistou o bicampeonato da Copa RNK na Superfinal em Guaratinguetá.

Fábio Mathoso levará novamente o número 1 em seu kart na próxima temporada.
10/12/2021 – da Redação, com fotos de Clayton Medeiros

Assim com fizera um ano atrás em Itu, Fábio Mathoso não precisou vencer nenhuma das baterias da rodada dupla que decidiu a 10ª edição da Copa RNK no último sábado (4), no 34 Kartódromo Guaratinguetá. Um 4º e um 3º lugar foram suficientes para o Japa alcançar o bicampeonato.

O sol escaldante e a pista exigente e desconhecida, com poucos pontos de ultrapassagem, dificultaram a vida dos pilotos, cujo cansaço já era visível ao final dos treinos livres que antecederam a prova.

Para Mathoso, que dentre os favoritos ao título era apenas o 4º do ranking, com 37 pontos de bônus pelos resultados nos dois primeiros turno – Jackson Gonçalves, Pablo Margeon e Andrey Lima carregavam 50, 44 e 40 pontos, respectivamente –, a conquista viria numa virada espetacular na 2ª bateria, já que na 1ª, Andrey e Jackson ampliaram ainda mais a diferença.

1º GP de Guaratinguetá

Vitória de Fabinho (33) só veio na última volta.

Andrey Lima marcou a pole, ladeado por Otto Jr. na primeira fila. Os dois partiram na ponta, mas Otto não suportou o ritmo forte e acabou sendo superado e terminaria em 6º. Fábio Júnior, largando em 3º, foi quem passou a ameaçar o ponteiro assim que conseguiu se livrar de Otto. Assim como este, Eugênio Westphalen, inicialmente em 4º, também cedeu posições, superado por Mathoso, Jack e Tido Olmedo.

Nas voltas finais, Jack deixou Mathoso para trás para terminar em 3º e, quando a vitória de Andrey Lima já parecia certa, Fábio Júnior conseguiu dar o bote e avançar para a bandeirada em 1º na última volta. Tido completou o pódio. Margeon, um dos postulantes ao título, terminou apenas em 8º, atrás de Eugênio, depois de emocionante disputa com Bruno Tarachuka. Este acabaria sendo penalizado em cinco posições por não alcançar o peso mínimo, fazendo André Maschio e Chico Johnscher ficarem no Top 10.

Margeon voou, mas não conseguiu chegar na frente.

Com os resultados, contando com a pontuação dobrada na Superfinal, Andrey Lima diminuía para quatro a diferença para o líder Jackson Gonçalves, que abria 15 e 16 pontos, respectivamente para Mathoso e Margeon, seus outros adversários diretos.

2º GP de Guaratinguetá

Grid invertido colocou Bassam e Sgorlon na primeira fila.

Conforme previsto no regulamento, a segunda prova da rodada não teve qualify, sendo o grid invertido em relação ao resultado da bateria anterior, invertendo-se também os karts. Assim, a primeira fila foi composta por Anderson Sgorlon e Bassám Hajar, nos karts de Fabinho e Andrey, respectivamente. Estes, assim como os demais pilotos que terminaram nas primeiras posições, teriam muito que remar partindo do final do grid – e, em tese, com karts piores.

De fato, um dos únicos a escalar significativamente o pelotão foi Fábio Mathoso, que saiu de 21º para terminar em 4º – que se tornaria 3º com a punição aplicada a Tarachuka. Este, por sua vez, fez uma corrida memorável, saindo de 16º para vencer com 7 segundos de vantagem sobre o 2º, Everton Tonel. Anderson Sgorlon liderou no início, conseguiu se manter entre os ponteiros e foi superado apenas por Tarachuka e Tonel, terminando em 3º.

Tarachuka comemora, sem saber que vitória lhe seria “roubada”.

Entretanto, com a punição de Tarachuka, que caiu para a 6ª colocação, Tonel herdou a vitória, Sgorlon o 2º posto, Mathoso o 3º, Margeon o 4º e António Keps o 5º, depois de travar intensa disputa com Eduardo Johnscher e Marcelo Tirisco, respectivamente 7º e 8º. Completaram os dez primeiros Otto Jr. e Andrey Lima, enquanto Jackson Gonçalves terminava num melancólico 16º lugar que lhe custou o título depois de uma temporada praticamente perfeita.

Campeonato

Somados os pontos da rodada dupla aos bônus conquistados nos dois turnos, Fábio Mathoso arrematou o bicampeonato com 117 pontos. Andrey Lima foi o vice-campeão com 112 pontos, mesma pontuação do 3º colocado, Pablo Margeon, porém com a vantagem de uma pole como critério de desempate. Jack Gonçalves foi o 3º, com 104 pontos, e Everton Tonel o 5º, com 95.

Completaram o Top 10 da RNK 2021 Eduardo Johnscher (78), Bruno Tarachuka (77), Fábio Júnior (74), Tido Olmedo (72) e Marcelo Tirisco (71).


Última volta

O avanço obtido por Fábio Mathoso na segunda prova garantiu a ele, também, a conquista do Prêmio Maneco Combacau – pela segunda vez consecutiva – com um total de 45 ultrapassagens no ano. Quem mais se aproximou dele foram Andrey Lima (33), Eduardo Johnscher e Maykcon Eckstein (ambos com 29).

Eckstein vai levar também o Troféu Super100, destinado ao piloto com a maior pontuação dentre aqueles que pesam mais de 100 quilos. O Estreante do Ano foi Pablo Margeon, enquanto Karina Cardozo, mesmo sem participar da Superfinal leva o laurel de Mulher do Ano.

Não por acaso, três dos pilotos que mais tinham conhecimento da pista, tendo treinado no dia anterior, foram os três primeiros no qualify: Andrey Lima, Otto Jr. e Fábio Júnior.

A largada lançada, que havia sido adotada apenas uma vez na Copa RNK em Registro, em 2018, teve aceitação unânime entre os pilotos e deve ser implantada na próxima temporada.

Bruno Tarachuka era a imagem da desolação ao saber que a falta de 200 gramas na pesagem ao final da prova lhe custaria cinco posições em ambas as baterias, além dos bônus da melhor volta obtida também nas duas etapas. Inconformado, tentava entender como perdera um quilo e meio na corrida, além de culpar o regulamento por não prever alguma tolerância em relação ao peso mínimo de 90kg.

Por muito pouco, Chico Johnscher e Anderson Sgorlon também não foram penalizados. Ambos pesaram exatos 90,0kg na saída, depois de largar com mais de um quilo de sobra. A perda de muito peso no calor de Guaratinguetá foi regra, não exceção.

Na pista, a única punição desportiva foi aplicada a Tiago Jordão e Emygdio Westphalen, depois de uma disputa ríspida entre ambos, que por muito pouco não resultou em graves danos aos pilotos.

Não classificados para a Superfinal, os pilotos de Matinhos Nito Ramirez e Amauri Maurutto acompanharam a delegação da RNK para rever a família Morselli. No início de 2020, os Morselli encerraram uma história de abnegação e sucesso no 34 Kart Indoor, em Matinhos, o único kartódromo do litoral paranaense, para assumir a gestão do Kartódromo de Guaratinguetá.

Sílvio Morselli era o retrato da felicidade ao rever os pilotos paranaenses. Recepcionou-os no ônibus logo na chegada, fez questão de mostrar todas as instalações, estrutura e melhorias realizadas no kartódromo do município paulista, além de fazer todos se sentirem em casa. Juntos, ele, a esposa Martha, os filhos Silvinho e Samuel e a nora Fabi são um exemplo de perseverança e paixão pelo kartismo.   

Nas próximas semanas, a organização da Copa RNK promete divulgar o calendário e o regulamento da temporada 2022. De antemão, já se sabe que não haverá mudanças no formato de disputa do campeonato, em dois turnos e Superfinal, bem como categoria única e divisão em séries.